terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

desperdício

acalmando as mãos pela necessidade de escrever, da mesma forma que desabo na cama ao fim do dia. tudo se modificou e vi acontecer como se adiantasse o vhs de um filme conhecido. como se meu tornozelo estivesse preso na loca de um peixe, sinto a maré subir devagar na iminência do próprio afogamento. preparando-me para o que nunca saberei participar, apenas desejando profundamente um plano de saúde e décimo terceiro. pensando na mesma mulher ciente do paradoxo autodestrutivo deixando meus amores perdendo meus lares em busca de mim mesmo. esmagando novamente a argila moldada a cada novo passo e ecoando no templo vazio que é o propósito.