segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

será que se eu escrever errado você me nota? 

ou se alguém te falar que eu sou um lixo você bota fé? 

ainda não encontrei nada para justificar a dor do desengano, por isso mesmo vou esparramando-a por aí 

quem entra pela porta, se torna parte. até partir e deixar fração. seu quinhão também carrega por vezes até fé cega nalgo que inexiste 

todos tem palpite eu tenho palpitação 

desde o ventre até a parição na primeira viagem do ultimo vagão 

vou me embora antes de grudar no chão 

os planetas são plantados no espaço 

sem plateia radicela me calço 

de você me resta só desembaraço

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

desperdício

acalmando as mãos pela necessidade de escrever, da mesma forma que desabo na cama ao fim do dia. tudo se modificou e vi acontecer como se adiantasse o vhs de um filme conhecido. como se meu tornozelo estivesse preso na loca de um peixe, sinto a maré subir devagar na iminência do próprio afogamento. preparando-me para o que nunca saberei participar, apenas desejando profundamente um plano de saúde e décimo terceiro. pensando na mesma mulher ciente do paradoxo autodestrutivo deixando meus amores perdendo meus lares em busca de mim mesmo. esmagando novamente a argila moldada a cada novo passo e ecoando no templo vazio que é o propósito.