tomado à sua presença
suspenso mergulho em teus olhos
perplexo a tal paradoxo
do curso dessa existência
meu braço eriçado sucumbe
ao riso mais puro da aurora
desejo incauto de agora
em lastro ao futuro se funde
o vento que afaga a pele
sugere uma amálgama nossa
e a bossa que nasce em teus lábios
consola-me a certa distância
despeço-me absorvido
preparo uma nova estratégia
ao homem que morre e renasce
a sorte não traz a matéria
de noite aprecio memórias
encaixo possíveis desfechos
um beijo, um sorriso ou recusa
adormeço em tal devaneio
a noite aprofunda a clareza
beleza milagre encontro
a sorte é ensejo no tempo
amanheço alegre e atento